Estou vestido de caim pra poder matar abel
Quem vai querer zombar de mim?
Sou general do meu quartel
Por vezes caim, eu sou joão
Maria quem sabe já me viu
Dizer que estou indo pro japão
Ou que sou rico no brasil
Estou num júri contra mim pra poder entrar no céu
Roubei as flores de carmim pra enfeitar o meu chapéu
Sou dono da casa engraçada
Sem teto e porta para entrar
De esmero e bobo
Não tenho nada que me caiba
Eu não quero vestidos da realeza britânica
Eu não quero bata de ouro com papa de orixá
Eu não quero colares de tons vulgares sem me tocar
Minha fantasia mania é o que me faz sobrevoar
Estou amando a manequim
A meretriz do meu bordel
Meu cigarro de alecrim
Causador do escarcéu
Me olho no espelho e quebro em faces
Mais de mil caras a me olhar
Sorrisos, olhos dissimulados, maquiados...
Estão tramando contra mim
De algoz eu virei réu
Abel sempre foi ruim, enganador, infiel
Na fuga fui preso em covardia
Jogado à força na prisão
Minha tropical melancolia
Pensamentos pelo chão
Cansaço
São tantos motivos na dança da corda que bamba no ar
Pra ver o dia nascer em outro lugar
E agora os meus pés já fazem sombra.